A Tribo Open-Source / Free software [FISL VIII]

20.04.08

Um evento como o FISL ou o FOSDEM tem tribos próprias.
Para descomprimir de tanta informação e em jeito antropológico aqui fica dentro dos dois principais grupos (super-tribo), as várias tribos.

Glossário:
   BigOSS 5: As BigOSS 5 são os campeões de contratação de talentos: Google, IBM, Red Hat, Sun e Novell. Por ordem de capacidade de absorção.


Grupo Free Software:
  • Políticos: este politico empolga-se, grita, fica suado e atira impropérios contra a atitude imperialista da Microsoft. Com especial relevo na América do Sul, apropria-se (muitas vezes com excelente resultado para a comunidade) das ideias do Free Software.

  • Geeks / Hackers: são os geeks ainda não associados às BigOSS 5  e que escolhem cuidadosamente as licenças, vivendo geralmente em países geo-periféricos  (austrália, canadá,...). Participam em projectos como Debian, kernel e GNU mas não em coisas como Lustre, Alfresco, Compiz, ... Conseguem violentamente empolgar-se e ser violentes em mailing lists porque não sendo pagos, ninguém os pode despedir. Estão a diminuir comparado com os Open Source Geek .

  • Evagelistas: na verdade, são mais idealistas. Pessoas como Stallman que pregam (e até gozam com isso) mais a filosofia que a tecnologia. Podem ter mau feitio mas são muito tecnicamente competentes e bons comunicadores.

  • Empresários: geralmente pequenos empresários que ou apanharam a onda há pouco tempo ou que estão fortemente ligados ao movimento Free Software. Essa ligação, por exemplo a um projecto específico, é rentabilizada através de uma pequena empresa que desenvolve serviços apenas no âmbito desse projecto.
  • Inquisidores: os que perseguem desvios ideológicos. Que a melhor pergunta que encontram para fazer a um orador é: porque diz Open Source e não Free Software. Ou então "Disse Linux ou GNU / Linux?". Principais alvos: Novell pelo acordo de interoperabilidade, Mono,...

Grupo Open Source:
  • Políticos: É o político SG Suave. Apenas mete o Open Source na sua agenda porque percebe que é um movimento imparável. Não o percebe e não pretende expor-se muito. Os políticos mais eficazes nesta categoria são os que não se expôe mas trabalham por trás do palco. Extremamente eficazes.
  • Geeks / Hackers: São geeks que foram trabalhar para as BigOSS 5. Realmente bons, bem pagos, sentem-se felizes porque são pagos para fazer o que gostam. Estão num estado em que são dispensados de "paper work".
  • Evangelistas: Excelentes comunicadores viajam por todo o mundo pelas BigOSS 5 mas não só. Também em pequenas mas sexy e especializadas. Focam mais na tecnologia que na ideologia. São os "publicitários" de serviço e fazem um bom trabalho. Alguns exemplos: Simon Phipps (Sun) ou  Jan Wildeboe (Red Hat). São quem dá mais trabalho à Microsoft porque têm um discurso sexy e cheio de sentido.  Curiosamente, não são "escravos" das empresas em que trabalham e muitas vezes discordam publicamente.
  • Empresários: mais pragmáticos, entendem muitas vezes o conceito de branding e comunicação. Alguns, mal, pisam muitas vezes o risco do licenciamento e da ética. Algumas destas empresas já atingiram uma dimensão elevada tendo, como noutras áreas, sido engolidas pelas BigOSS 5.

Outros:
  • Caçadores de t-shirts e autocolantes: tal como nos bons tempos da Inforpor, vale tudo para mais um pin ou autcolante. Se for uma t-shirt, nem que isso implique estar 1 hora numa fila.


publicado por Tintim às 12:44

Ted Ts'o: Ext4 poderá estar disponível para o próximo RHEL [FISL VII]

19.04.08



Theodore Ts'o é um developers do kernel mais conhecidos com responsabilidades em file systems (ext3, etx4) e na organização das Linux Kernel Summit.
Coordenei a mesa da apresentação dele e foi muito interessante. O Ted apresentou os avanços no Ext 4.
Como é esperado, o Ext4 consiste no Ext3 com mudanças produndas. Ao deixar de existir a tree 2.7, fazer mudanças profundas no ext3 faria infeliz muitos kernel developers que o utilizam.
Copiou-se então a directoria ext3 para ext4 e começou a trabalhar-se a partir daí.


Algumas das principais mudanças do Ext4 que ele apresentou:
  • Nos inodes, trocar os mapas de indirecção (dupla, tripla) que indicam os blocos do disco onde se encontra o ficheiro por "extents maps". Os maps "extents" têm uma entrada para um bloco contíguo de dados. Algo como: início lógico, num. de blocos, localização física.
  • 64 bit block numbers: para permitir file systems com mais de 8TB. Em parte, já foi resolvido com o patch do Lustre para 48 bit block numbers.
  • Expanded inodes: para permitir mais atributos. Hoje são utilizados por indexadores como o Beagle ou para segurança como é feito pelo SE Linux. Hoje este problema é resolvido com a criação de file system com blocos de maior dimensão.
  • Delayed allocation: atrasa a escrita em disco para usufruir se entretanto não for preciso.
  • Persistent file: ou seja, permitir uma pré-alocação de espaço por aplicações como base de dados e video digital recorders. Ao estar contiguo garante melhor velocidade de acesso. Hoje é feito enchendo de 0.
  • Metadata checksumming: foi sugerido como prova de conceito no artigo "iron fs" por parte de uns alunos da Univ. de Wisconsin. A ideia é que apesar do tamanho médio dos ficheiros e dos discos estar a crescer, a  fiabilidade por MB dos discos mantém-se estável. O que significa que a probabilidade de problemas num ficheiro vai crescendo. A ideia é aqui é fazer checksums de extents, superblock, block group.. Tudo excepto os "data blocks". Tem a vantagem de apressar o e2fsk por escusa de verificar os checksums validados.
Foram mostrados alguns benchmarks, com o disclaimer de que alguns (como o dbench) não mapeiam bem a realidade.
Nos mostrados (sequential write), o desempenho era algo como:
  xfs > ext3 + extents > jfs > ext3 c/ delayed > ext3

O ext4 está em Alpha e, segundo o Ted Ts'o, e provavelmente no próximo RHEL estará pronto para produção. Mas, claro, depende do feedback que forem tendo...

Por fim, existe bastante abertura para a participação de developers no ext4. Seja para testar, patches,. .. Há mailing list , wiki e IRC para comunicar com a equipa.
publicado por Tintim às 22:54

Hard core: scripting no vim por Bram Moolenar [FISLVI]

19.04.08


Bram Moolenar (criador do vim):
Longe de ser um guru de vi/vim, os meus conhecimentos são médios. Utilizo com frequência, conheço as macros,... mesmo assim, esta talk foi hard core.
Longe de ser didáctico, o Bram falou sobre programação em vi utilizando macros, funções, listas.. Leram bem. Não é "programação do vi" mas "programação em vi". Utilizou como exemplo macros para resolver um labirinto em vim.
A parte interessante foi quando explicou as opções que tomou e, se voltasse a escrever, como o faria.
Esta linguagem de scripting dentro do vim é meeesmo muito rebuscada . As vantagens são: portabilidade entre plataformas, conseguir aceder  às funcionalidades vim e compatabilidade para trás (:set,..).
Foi referido várias vezes o Python como linguagem de referência (apesar do vim ser programado em C).
O Bram Moolenar trabalha agora para o Google. (Haverá algum developer de primeira linha que não trabalhe para o Google, Sun ou IBM?)

Claramente na audiência havia pessoas com problemas de aderência à realidade. Uma questão foi se o vim estava a avançar na direcção do Eclipse como parecia.
Uma coisa é dizer que o vim é produtivo em desenvolvimento. O que concordo. Outra é comparar com o Eclipse...
publicado por Tintim às 20:40

PostgreSQL e dados seguros: a perspectiva de Josh Berkus [FISL V]

19.04.08
O Josh Berkus faz parte do core team do PostgreSQL. A apresentação foi mais na perspectiva de segurança. Bastante interessante.
 

Estive um pouco à conversa e esclareceu-me uma dúvida em relação aos asynch logs no Portgres 8.3. A apresentação deve aparecer no blog dele em breve.
publicado por Tintim às 16:40

Classmate Vs OLPC [FISL III]

18.04.08

No stand da Intel da FISL está disponível um Classmate para testes.
Na fotografia alguém pos um autocolante Ubuntu mas a base é mesmo Fedora.
Andei a brincar um pouco com ele e não me impressionou especialmente.
O design é bonitinho, tinha KDE e o koffice. Está simples mas sem nenhum interface especial para educação.


Tive a sorte de coordenar a mesa da apresentação do Scott Ananian do OLPC. O Scott é "bombeiro" de serviço na equipa do MIT do OLPC mas está principalmente dentro do olpcfs. Um file system próprio do OLPC que tem versioning de documentos. Ele fez uma demo do file system e pareceu ter umas caracteristícas interessantes. Um "ls file1" mostra os atributos do ficheiro e um "ls file1@" mostra as versões desse ficheiro.

1.- Em conversa com o Scott fiz uma pergunta que foi colocada posteriormente na sessão: na guerra dos Low Cost PC (recordar apresentação Francois Bancilhon no Linux 2008) como se posiciona o OLPC XO?
Segundo ele, o projecto OLPC não quer entrar na guerra do hardware e software. A diferenciação é através de um design e ergonomia (hardware, software, ...) virada para a educação. É o caso do Sugar.

2.- Outra questão é o desenvolvimento colaborativo. Nesta fase, com milhões de máquina na rua, estão muito receptivos a contribuições.
publicado por Tintim às 20:30

No stand da Trolltech... [FISL II]

18.04.08


Estive com o Qtopia (ver imagem) na mão à conversa com uma pessoa da Trolltech que já tinha conhecido no Software Libre 3.0 em Badajoz.
Na altura, estava ao lado dele e ele comentava a apresentação do Miguel de Icaza dizendo que o aspecto de uma aplicação Mono era pobrezinho quando comparado com Qt.
Fiquei exactamente com a mesma ideia a propósito do Qtopia Vs iPhone. Adivinhe-se a favor de quem...
Com o lançamento pela Apple do Developer kit, os trunfos que ele me referiu para desenvolvimento QT para mobile não são especialmente fortes:
  • Para Apple precisa-se ter ambiente MacOs e o developer não quer mudar
  • Existem já competências QT em muitas empresas
Na verdade, parece que o grande argumento parece ser a recente aquisição pela Nokia da Trolltech e os 40% de mercado que a primeira tem. À espera que o regulador americano se decida, e com Google Androide e iPhone à espreita....
publicado por Tintim às 15:40

FISL: primeiras impressões a partir de Porto Alegre

17.04.08

Após 20 horas de viagem, chegados. Já se sabe, no Brasil tudo é em grande. O FISL abriu há 1 hora e a massa de gente é impressionante.
Apesar de algumas filas para registo dos participantes e oradores (ou palestrantes, como já aprendi) a dinâmica está muito boa.
A zona de stands é algo como um dos pavilhões da nova FIL, ou ligeiramente menor, com participações de empresas e muita administração pública.
Para além dos suspeitos do costume (Trolltech, Fedora, Google, ...) existem zonas para grupos de utilizadores que têm uma presença misturada com o resto. Isto é óptimo porque não isola os grupos de usuários (utilizadores).
A organização é muito profissional. Ir na 9ª edição deve ajudar.
Para quem quiser entrar no Brasil com oferta tocando em Open Source este é o sito certo para estar..

Gossips: Encontrei o Marcelo Branco que disse que está de saída da Catalunha, onde dava apoio ao governo regional em Ope Source, e está de regresso ao Brasil.
publicado por Tintim às 14:42

CM na FISL (Porto Alegre, 17 a 19 de Abril)

10.04.08
Ainda o evento Linux 2008 não arrefeceu, e a Caixa Mágica vai estar presente no FISL em Porto Alegre / Brasil - o maior encontro de Software Livre na América do Sul.


A apresentação que faremos no dia 18 de Abril, consiste num survey sobre os meta-instaladores (apt, smart, urpmi) utilizados nas Distribuições de Linux e as tendências nesta área. Após as competências ganhas no projecto EDOS, a Caixa Mágica continua a fazer I & D nesta área no projecto MANCOOSI.
Fica prometido a cobertura do evento aqui no blog dos Pinguins Magicos.

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