Kitembú na nossa língua significa quando um grupo de pessoas se agrupam para obter feitos maiores. E foi precisamente neste enquadramento, que eu e outros participantes vindos de outros cantos do mundo, como Cabo Verde e Brasil, nos reunimos para poder oferecer a este país, que se encontra na fase de arranque tecnológico, as nossas realidades e experiências tecnológicas. No meu caso concreto o OpenOffice.org.
O Kitembú Digit@l, a primeira conferência tecnológica a realizar-se em São Tomé, foi uma conferência dedicada maioritariamente ao eGov, situação actual e passos futuros. A conferência permitiu perceber pelas palavras do Dr. Olinto Daio, presidente do INIC, que São Tomé já deu o pontapé de saída para a inovação tecnológica, mas também deixou a perceber que ainda existe um longo caminho a percorrer nesta área. Olinto Daio falou não só do papel da tecnologia na redução da máquina burocrática do estado, mas também como pode reduzir custos dessa mesma máquina, e sobre este último tema, a sua resposta foi tendencialmente recorrendo ao software livre. Já o Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe, Dr. Joaquim Rafael Branco, referiu-se à importância fundamental que a tecnologia possui no desenvolvimento de qualquer país do mundo, mas que este desenvolvimento terá que ser, acima de tudo, um desenvolvimento sustentável e enquadrado na realidade social de São Tomé.
De facto, São Tomé debate-se com variados problemas no seu quotidiano, como as quebras constantes de energia eléctrica (e sabemos o quanto os aparelhos eléctricos são avessos a estas quebras), vias de comunicação degradadas, bem como outros problemas de cariz social que afectam as populações.
Tive a oportunidade de trocar impressões com diversos santomenses e percebi que existe uma bipolarização bastante acentuada entre a questão da inovação tecnológica versus desenvolvimento dos pilares de sustentação da nação. Existe quem acredite que o desenvolvimento de São Tomé passa essencialmente pela inovação tecnológica e existe quem considere uma afronta investir em tecnologia quando São Tomé tem tantas outras carências por combater, como saneamento, vias de comunicação, etc. Eu tentei centrar-me no meio desta discussão e fazer um pouco o papel do diabo.
É evidente que não se pode fechar os olhos aos problemas de base que afectam São Tomé, mas também é verdade que o desenvolvimento tecnológico pode de facto, facilitar a vida dos santomenses, quer desfocalizando serviços da capital, quer pela geração de emprego nesta área emergente, quer ainda pela aproximação de São Tomé ao resto do mundo através do desenvolvimento de infra-estruturas de rede, e pelas respectivas oportunidades que este desenvolvimento produz na sociedade, trazendo conhecimento e aproximando populações.
Mas de regresso ao Kitembú Digit@l, a minha apresentação, que à partida incidia sobre as implementações de sucesso em Portugal, acabou por se tornar num verdadeiro manual de como levar a bom porto uma migração para OpenOffice.org. Acima de tudo tentei transmitir que existem etapas de uma migração que não devem ser descuradas, como a análise de requisitos, a formação, a migração de modelos e documentos, e acima de tudo os timings em que cada uma destas etapas devem ocorrer.
O público presente mostrou-se atento e interessado e a prova desse facto foi o mar de questões colocadas após a apresentação. Uma das questões mais polémicas foi sem dúvida relativa à minha afirmação durante a apresentação: “Qualquer migração tem um custo quer seja financeiro ou não” o que também acabou por levantar outras questões pertinentes associadas por exemplo ao retorno do investimento de uma migração. Também os outros participantes da conferência acabaram por dar o seu testemunho sobre as realidades do OpenOffice.org nos seus respectivos países, o que acabou por enriquecer bastante a apresentação.
No fim, fiquei com a ideia de que a minha presença contribuiu de facto para desmistificar algumas dúvidas sobre o OpenOffice.org, e explicar como a adopção desta suite pode gerar poupanças num ambiente empresarial, poupanças essas que podem ser canalizadas para os respectivos objectos de negócio de cada empresa.
Após a minha apresentação, foi feito o kickoff, pelo Dr. Olinto Daio, da versão personalizada para São Tomé do OpenOffice.org, o STPOffice.org, naquele que foi um projecto coordenado entre a Caixa Mágica Software (e o respectivo agradecimento à Cláudia Patrício) e o governo de São Tomé, com o objectivo de fazer levar à população e empresas uma suite de office de qualidade e livre de custos de licenciamento.
Ainda uma palavra de apreço para com a simpática população Santomense e a sua cultura “Leve leve”, e um abraço especial para o meu guia que me acompanhou durante uma semana, e me apresentou o que de melhor existe em São Tomé mas também a realidade em que grande percentagem da população vive o seu dia-a-dia.
Espero que este encontro tecnológico, seja o primeiro de muitos em São Tomé, pois São Tomé precisa destes encontros para o seu desenvolvimento.
No fim do congresso fiquei com a convicção que em São Tomé existe condições para que a inovação tecnológica possa crescer de mãos dadas com o desenvolvimento social e estrutural de São Tomé.
Apresentação com arquitectura do sistema
No dia 24 Setembro decorreu pelo 7º ano consecutivo o Encontro Nacional de Tecnologia Aberta, realizado no Lispólis.
Este ano, contou-se com cerca de 350 participantes e as apresentações do evento ficaram a cargo da CENATIC, Caixa Mágica, Sybase, Scalix, Red Hat, Novell, Iportal+, ANSOL, KDE Team e DRI.
O debate foi marcado por uma interacção interessante e participativa, entre oradores e plateia.
Durante a tarde, decorreram várias Cool Sessions.
O Evento deste ano, culminou com a entrega de Prémios ESOP e com a Assinatura de um Memorando de intenções Open E-School.
Partilho convosco 4 fotos do Evento e se assistiram a este evento partilhem a V. opinião.
Foto 1. Caixa Mágica Software
Foto 2. Auditório
Foto 3. Prémios ESOP
Foto 4. Assinatura de Memorando de Intenções Open E-School
Twittâmbulo (para quem já só consegue ler 140 caracteres): este artigo faz uma avaliação dos últimos 4 anos de governo em termos de TIC, numa perspectiva sectorial Open Source.
Disclaimer:
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Falou-se de Software Livre, do potencial, na sua inclusão no Magalhães e dos protocolos assinados por 7 ministros. No final, e depois de 3 1/2 horas, o PM estava mais fresco que os bloguers. Não fosse o fait-divers da transmissão, a nota era mais alta. |
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Após o CRIE perder a autonomia, e mudarem-se cabeças, as coisas melhoraram francamente e foi um importante e eficaz motor da disseminação do Software Livre na educação. Por outro lado, na infra-estruturas das escolas foi contemplado sempre Software Livre nos programas estruturantes como o Kit Tecnologico da Educação, Redes (EdgeBox) e e-escolas / e-escolinhas. Foram decisões nem sempre fáceis, imagino, mas sempre assumidas. Tive oportunidade de testemunhar que este reconhecimento do Software Livre foi desde o início também assumido pela própria ministra. |
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Muitas vezes, a solução da interoperabilidade é manter as coisas simples. Usar Standards. Grandes frameworks de interoperabilidade acabam por consumir muitos recursos e ter resultados limitados. Melhorar a interoperabilidade é garantir que a troca de dados entre serviços da AP funciona bem (expôr APIs é capaz de ajudar) e que de fora são visiveis os dados e estatísticas. |
L |
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Já aprovada, a tradução confere a hipótese de escolhermos como queremos partilhar o material que produzimos. Mais Crowdsourcing. Mais Remix. |
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Gosto de acreditar que nos conseguímos unir e apostar na Geração Magalhães, não diferenciando pobres e ricos, interior e litoral. Certamente que muito há a fazer. Mas este é um grande projecto que deve ir para além do hardware, que deve ir para além de um governo. |
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Na BlogConf tive oportunidade de trocar algumas impressões directamente e fiquei com uma opinião positiva. São meros minutos mas que chegam para acreditar que determinação e arrogância são facilmente confundidos. |
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As crianças arrancam em Linux Caixa Mágica muitas vezes para o jogar. Se o modelo SL/A por vezes nos falha (ver GCompris), noutros nos surpreende. É certamente o pior de todos os modelos de desenvolvimento de software, excepto todos os outros. |
A Caixa Mágica disponibiliza hoje, dia 5 de Agosto, uma nova Comunidade agora baseada em fóruns. Com esta nova plataforma pretendemos que a colocação de dúvidas ou sugestões seja mais flexível, mais dinâmica e mais fácil de utilizar.
As mensagens que foram colocadas na plataforma antiga encontram-se disponíveis para consulta na nova Comunidade.
Para colocar tópicos nestes fóruns é necessário efectuar autenticação com os mesmos dados com que acediam à plataforma antiga da Comunidade. No caso de ainda não se terem registado, podem fazê-lo acedendo aqui.
O endereço de acesso do novo site mantém-se inalterado. Visitem-nos em:
http://comunidade.caixamagica.pt
Olás!
Mais uma apresentação realizada nos estágios deste Verão. Desta vez, Desenvolvimento de um arquitectura cliente-servidor para o SuperTux. Have fun!
Aqui fica a apresentação "Build System - Sistema de criação de pacotes Linux em ambiente multi-plataforma" realizada no âmbito dos estágios de verão 2009 da Caixa Mágica
Para os distraídos aqui fica a informação sobre os estágios de Verão 2009 cujo deadline acaba ... hoje.
Estágios de Verão 2009: candidaturas abertas
Enriquece o curriculo e integra a equipa CM (2009-06-02)
Em 2009, a Caixa Mágica vai manter pelo 5º ano a possibilidade de estudantes do Ensino Superior se inserirem na equipa durante dois meses.
Como tal, a Caixa Mágica abriu 3 (três) vagas para "Estágios de Verão 2008", destinadas a estudantes do ensino superior na área de informática (Informática, Engenharia, ...).
O estágio decorrerá de 13.7.2009 a 18.9.2009 em regime de tempo parcial (4 horas diárias) no Laboratório O2H da ADETTI, no ISCTE - Entrecampos.
O objectivo dos estágios é proporcionar a alunos do 3º de Licenciatura (1º ciclo) ou de qualquer ano de mestrado (2º ciclo) , uma experiência profissional na área das TI. Mais propriamente, através de integração na equipa dinâmica e jovem da Caixa Mágica.
Os 3 estagiários contactarão de perto com as tecnologias utilizadas no desenvolvimento da Caixa Mágica, sendo assignado a cada um deles um projecto relacionado com Linux Caixa Mágica.
Os seleccionados terão acesso a:
- Formação avançada em Linux
- Ajudas de custo durante o período de estágio (150 EUR / mês)
- Certificado de estágio
Os interessados deverão enviar um email para "talentos@caixamagica.pt" com:
- Assunto (Subject) do mail: Estágios de Verão 2009
- CV actualizado
- indicação de qual o interesse em estagiar na ADETTI / Caixa Mágica
Datas:
26.6.2009 - data limite para o envio de candidatura
semana 29.6.2009 - entrevistas
semana 6.7.2009 - selecção e contacto
13.7.2009 - início de estágio
18.9.2009 - fim de estágio
Os critérios de selecção levarão em conta os conhecimentos de "sistemas operativos / programação" e "iniciativa / motivação" em participar no Linux Caixa Mágica.
Em anteriores estágios, entre outros, foram desenvolvidos:
- M2Install (aceito no SAPO Summerbits)
- Suporte sinthesis para o Apt
- Desenvolvimento de uma plataforma Django / Python para a submissão relatórios
- Participação no desenvolvimento do ContribWare em Plone / Zope
- Desenvolvimento de um media center baseado em Linux CM
- Participação no desenvolvimento do ContribDoc em twiki
- Desenvolvimento da localização do configurador
Os temas deste ano serão divulgados aos seleccionados para entrevista.
Dúvidas e outros esclarecimentos poderão ser colocadas através do email "talentos ARROBA caixamagica.pt".
Ontem foi dia da reunião quinzenal da equipa CM. Como em todas as reuniões houve uma pequena apresentação, desta vez sobre as novidades da Caixa Mágica 14.
O objectivo foi mostrar as todos os membros da equipa as novidades desta versão.
Podem descarregar a apresentação em PDF a partir de:
Algumas coisas que não estão nos slides e que eu mencionei:
Os Live-CD's devem ficar disponíveis amanhã.
Bom linux.